No dia 03 de setembro comemoramos o dia do Biólogo! Confira agora uma de suas áreas de atuação, o Ecoturismo.
Esta atividade é referente a análise do artigo 2: Cegueira Botânica e sua mitigação: um objetivo central para o processo de ensino-aprendizagem de Biologia do livro: Aprendizado ativo no ensino de botânica de Suzana Ursi, Kelma Cristina de Freitas, Diego Tavares Vasques.
1. Quem introduziu o termo “cegueira botânica”, e quando?
O termo foi introduzido em 1998, durante a 3ª Reunião Anual de Associados do 15º Laboratory pelos estadunidenses James H. Wandersee e Elisabeth E. Schussler.
2. O que é cegueira botânica?
A cegueira botânica é denominada como a incapacidade de o ser humano notar as plantas em seu próprio ambiente, o que acarreta no não reconhecimento da importância das plantas para a biosfera e para o cotidiano dos seres humanos.
3. Quais os principais sintomas da cegueira botânica? Você já conheceu alguém, ou já apresentou você mesmo, esses sintomas? Exemplifique, se a resposta for afirmativa.
A cegueira botânica une diversos sintomas, dentre eles está o de não perceber às plantas no seu cotidiano; compreender equivocadamente as necessidades vitais das plantas; negligenciar a importância das plantas; não perceber as diferenças de escala de tempo das atividades dos animais e das plantas; não vivenciar experiências com o cultivo de plantas da sua região; não saber noções básicas como crescimento, nutrição, reprodução e características ecológicas de plantas da sua região; falta de consciência sobre o papel fundamental das plantas para um ciclo biogeoquímico chave em nosso planeta: o ciclo do carbono; Ser insensível as características estéticas das plantas e suas estruturas.
Analisando esses sintomas, é perceptível que muitas pessoas possuem a cegueira botânica, inclusive eu, pois em muitos momentos não percebemos esse vasto universo que nos cerca, não tendo o olhar sensível que é necessário, principalmente em relação as plantas cultivadas em nossa região, pois muitas vezes nosso conhecimento sobre elas é bastante raso.
4. Quais princípios de percepção visual humana podem explicar a cegueira botânica? Cite os princípios, e comente aquele (s) que te chamou mais atenção.
PRINCÍPIO 1 - Os humanos podem reconhecer visualmente apenas aquilo que já conhecem. A desatenção pode se tornar atenção quando um objeto ou evento ganha significado. Muitas vezes, vemos o que esperamos ver, pois tal atividade não envolve apenas os olhos, mas sim o sistema olho-cérebro.
PRINCÍPIO 2- Se os membros de um conjunto de objetos não são suficientemente distintos de seu entorno, eles se misturam e nada é percebido conscientemente. Vê-los e percebê-los torna-se um desafio de detecção visual maior se comparado ao que ocorre com objetos dinâmicos e bem definidos, destacados de seu entorno. Ainda, humanos tendem a ficar entediados e se acomodarem quando olham uma cena relativamente constante por muito tempo
PRINCÍPIO 3- A proximidade estática é uma indicação visual que humanos usam para agrupar objetos em categorias visuais.
PRINCÍPIO 4 - A visão humana opera para minimizar o gasto energético. Estima-se que a cada segundo, os olhos geram mais de 10 milhões de bits de dados para processamento visual, mas o cérebro extrai apenas cerca de 40 bits e processa totalmente apenas os 16 bits que alcançam nossa atenção consciente. Assim, elementos aos quais atribuímos um nível de baixa prioridade podem ser descartados, tornando o processamento visual mais fácil.
PRINCÍPIO 5- O cérebro usa padrões de espaço, tempo e cor para estruturar a experiência visual. Sendo fundamentalmente um detector de diferença, quando o cérebro não as detecta, o campo perceptivo não é estimulado.
Os princípios 1 e 2 foram os que mais me chamaram a atenção neste momento, pois é algo que nós humanos não somos estimulados a desenvolver. Geralmente não somos conduzidos a pensar sobre as plantas que nos cercam como é feito em relação aos animais, por exemplo. Com isso, na maioria das vezes não prestamos a atenção na vegetação que está em nosso entorno e muito menos exploramos a percepção da diversidade da mesma.
5. Quais são os fatores apontados no texto como causas da cegueira botânica?
Os autores relatam que o papel cultural e os problemas do ensino de botânica são as causas fundamentais e mais importantes da cegueira botânica.
6. Qual é a relação entre a cegueira botânica e o ensino?
O livro nos traz que o ensino da botânica na escola tem sido visto como desestimulante e pouco significativo, estimulando a cegueira botânica e também ao analfabetismo botânico, pois está ligado à falta de interesse pela temática e também pela falta de conhecimento sobre o assunto.
Com isso, se faz necessário pensar e criar possibilidades que aproximem a botânica dos estudantes e também dos professores a fim de mitigar a cegueira botânica e o analfabetismo botânico nas escolas.
7. Qual é o papel dos professores na mitigação da cegueira botânica?
Apesar de nas universidades o professor receber uma formação mais teórica e focada em métodos tradicionais sobre o ensino da botânica segundo alguns autores, é pouco estimulado o desenvolvimento do conhecimento pedagógico do conteúdo. Portanto, se faz necessário a união desses fatores para que os professores compreendam como determinados tópicos são organizados e adaptados aos diversos interesses e habilidades dos alunos para que então se qualifiquem, sintam-se mais seguros para ensinar determinada temática e auxiliem na mitigação da cegueira botânica.
8. Quais são as principais críticas apontadas no texto para a utilização do termo cegueira botânica? Comente as principais apontadas pelo texto.
O termo “cegueira botânica” vem sendo discutido pelo fato de contribuir para o capacitismo de deficiências visuais, com isso alguns autores propõem o uso da palavra “Disparidade”, o que também é discutido por remeter a comparação com os animais. Este termo não estaria adequado devido ao fato de quererem romper com esta comparação entre animais e plantas.
Outra questão evidenciada pelos autores é quanto ao termo “botânica”, pois acreditam que remetem a ideia de cegueira da ciência e não das plantas em si.
Termo como “invisibilidade botânica” também já foi sugerido, mas os autores acreditam que o termo “invisibilidade” remete a uma característica da planta, o que não seria adequado pelo fato de que o termo deve ser remetido ao ser humano.
Os autores propõem o termo “ Percepção limitada das plantas”, o que acredito ser um termo adequado, pois remete a incapacidade do ser humano em perceber as plantas.
9. Segundo o texto, quais dimensões devem ser consideradas para a promoção do Ensino de Botânica a serviço da Educação Científica? Comente cada um deles.
Os autores destacam algumas dimensões importantes que devem ser consideradas visando promover o Ensino de Biologia, são elas:
· Ambiental — Esta dimensão refere-se em desenvolver um posicionamento crítico dos estudantes diante de todos os impactos ambientais provocados pelo homem e a busca de soluções para estes problemas.
• Filosófica, cultural e histórica — Esta dimensão compreende o papel da ciência na evolução da humanidade e sua relação com fatores como religião, tecnologia, entre outros.
• Ética — Esta dimensão compreende a análise das questões científicas que são divulgadas nos meios de comunicação como o aborto, eutanásia, descobertas científicas, o uso de organismos transgênicos, mudanças climáticas, dentre outros.
• Médica — auxiliando a compreensão de conceitos biológicos básicos que estão estreitamente relacionados a prevenção e cura de doenças, como por exemplo o uso das plantas em muitos medicamentos industrializados.
• Estética — promovendo a percepção do ambiente e sua biodiversidade, reconhecendo as plantas como agentes de promoção do bem-estar.
10. Segundo o artigo, quais abordagens de ensino-aprendizagem podem ser utilizadas para aprimorar o ensino de botânica e mitigar a cegueira botânica? Comente cada uma das abordagens mencionadas no texto.
O artigo enfatiza algumas abordagens referentes ao ensino-aprendizagem com a intenção de proporcionar o papel de protagonista dos estudantes nas atividades, dentre elas estão:
· Ensino por investigação: apoia-se na construção do conhecimento nos processos de pesquisas científicas com explicações baseadas evidencias o trabalho investigativo.
· STEM, sigla para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (do inglês: Science, Technology, Engineering and Mathematics): propõe um ensino baseado na resolução de problemas por meio de projetos interdisciplinares
· Ensino Híbrido: propõe um ensino com atividades presenciais e virtuais com o auxílio das TICs.
· CTSA (sigla para Ciências, Tecnologia, Sociedade e Ambiente): visa o desenvolvimento do aluno para além do ensino-aprendizagem de conteúdos científicos, onde o aluno deve estar comprometido com as questões sociais e ambientais, desenvolvendo atitudes críticas que englobem a ciência e a tecnologia.
· Metodologias de Aprendizado Ativo: Esta abordagem visa promover o ensino contextualizado e o protagonismo do estudante a partir de estratégias didáticas.