segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO RIO GRANDE DO SUL

Campus Vacaria

Licenciatura em Ciências Biológicas

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Pibid/Capes-IFRS

 

 

Nome do bolsista: Mariana Lisbôa de Oliveira

Tema da atividade: Resenha crítica sobre a BNCC com base nos textos lidos

Data de entrega: 23/01/2021

 

Com a leitura sobre os textos selecionados, é possível perceber que os estudos voltados para a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) acontecem desde 2012 e somente depois de 4 versões é aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e então apresentada como documento normativo no ano de 2017. Com a aprovação da BNCC, as escolas tiveram um prazo de 2 anos para se adequarem a nova base e incorporá-la o seu projeto político pedagógico.

Ainda que a BNCC tenha passado por 4 versões, é perceptível a pouca importância dada aos conhecimentos das Ciências da Natureza. Desde suas primeiras versões, a BNCC foi muito criticada por seu currículo engessado, a dificuldade de contextualização do conteúdo e a falta de clareza sobre os objetivos a serem alcançados.

Já na 3ª e 4ª versão, o Brasil passa por um Impeachment presidencial e sofre as mudanças de secretariado. Com isso a BNCC sofre uma série de modificações em sua estrutura.

Conforme Andrade e Piccinini (2018) em seu texto “O ensino de Ciências da Natureza nas versões da Base Nacional Comum Curricular, mudanças, disputas e ofensiva liberal-consevadora”, essas mudanças acabam por excluir e adaptar muitos objetivos propostos na 2ª versão deixando falhas e desconexões quanto a aprendizagem das Ciências da Natureza e vai ao encontro de aprendizagens mais conservadoras e com uma visão mais empresarial voltada para as necessidades das empresas. Isso acaba por não contemplar uma educação científica de qualidade indo contra ao que foi sugerido como mudança pela sociedade civil e inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU) quando pediu esforços para o combate à discriminação nas escolas.

Por fim, a 4ª versão aprovada, traz o ensino de ciências em três unidades temáticas (Matéria e energia; Terra e universo; Vida e evolução) estruturadas em um conjunto de habilidades que vão progredindo ano a ano e aumentando sua complexidade.

Em análise ao texto “A BNCC e o Ensino de Ciências: A Importância das Práticas Investigativas nos Anos Iniciais”, é possível ter uma outra visão sobre a BNCC. Ele traz a base como uma aliada para que se desenvolva no aluno um letramento científico, sendo o professor um mediador que irá planejar práticas investigativas fazendo com que os alunos levantem hipóteses, analisem resultados e interajam diante deles, que preze por um ensino voltado para o diálogo, onde os alunos possam expor suas concepções, rompendo o ensino de ciências por transmissão-recepção. Isso possibilita aos alunos testarem suas hipóteses e sistematizem suas ideias. (ARAÃJO; AZEVEDO; BRITO, 2018)

Portanto é possível perceber que por um lado a BNCC traz um conceito conservador que vai ao desencontro de uma educação democrática influenciada pelo cenário político, mas que ao mesmo tempo se apresenta em busca de obter conhecimentos e aprendizagens de uma maneira mais qualitativa, fugindo da “aprendizagem” por repetição e “decorebas”. Claro que é visível a pouca importância dada aos temas sobre as Ciências da Natureza, mas a forma de conduzir a aprendizagem pode ser mais efetiva se tiver um bom estudo sobre a base e uma formação de qualidade e de comprometimento por parte dos professores.

O nosso papel enquanto docentes, é criar possibilidades para que os objetivos propostos sejam alcançados e ter em mente que estes funcionam como o conhecimento mínimo que os alunos devem alcançar e não como um limite de suas aprendizagens.

 

Referências

ANDRADE, M.C.P.; PICCININI, C.L. O Ensino de Ciências da Natureza nas Versões da Base Nacional Comum Curricular, Mudanças, Disputas e Ofensiva Liberal-Conservadora. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, Vol. 11, n. 2, p. 34-50, 2018

 

ARAÃJO, B.F.; AZEVEDO, L.B.S.; BRITO, L.O. A BNCC e o Ensino de Ciências: A Importância das Práticas Investigativas nos Anos Iniciais. XIII Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, Vol. 13. Aracajú: EDUCON, 2019.

 

REVISTA NOVA ESCOLA. O Que Muda no Ensino de Ciências com a BNCC?. 2017.  Disponível em: < https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/61/o-que-preve-a-bncc-para-o-ensino-de-ciencias>. Acesso em 18 Jan. 2021.

Nenhum comentário:

Postar um comentário