INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO RIO GRANDE DO SUL
Campus Vacaria
Licenciatura em Ciências Biológicas
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Pibid/Capes-IFRS
Nome do bolsista: Mariana Lisbôa de Oliveira
Tema da atividade: Avaliação
Data de entrega: 10/01/2021
1. Escreva um texto comparando a parte da Avaliação dos PPPs das escolas Juventina e Bernardina (mínimo 10 linhas).
A escola Juventina, num primeiro momento faz uma avaliação diagnóstica para aproximar-se mais dos alunos e perceber o nível de seu desenvolvimento para que sirva de base para a posterior elaboração dos projetos que serão trabalhados. Essa avaliação também é feita durante o ano letivo. A escola também faz a avaliação continuada, a qual direciona o planejamento do professor para que os objetivos sejam alcançados. Para os alunos que apresentam alguma deficiência, é utilizado uma avaliação especial através de parecer descritivo, junto com a professora do AEE para decidir se o aluno avança independentemente do ano em que o estudante está.
Nos anos iniciais, os alunos são avaliados através do parecer descritivo e nos anos finais através de notas.
Na escola Bernardina o método utilizado é a avaliação emancipatória, a qual busca diagnosticar os avanços e entraves para poder intervir, agir, problematizar e redefinir rumos a serem percorridos, não se limitando à mera distribuição de notas e conceitos de aprovação ou reprovação.
A avaliação é feita de maneira contínua e através de registros, onde todos são responsáveis pelo progresso do aluno. A escola também oportuniza a auto avaliação do aluno, do grupo, da turma e dos educadores.
O resultado avaliativo é feito como na escola Juventina para os alunos dos anos iniciais, finais e os que frequentam o atendimento especializado. Para os alunos do ensino médio é através de conselho de classe e através da escala de pontos (notas).
Percebe-se que nas duas escolas é feita uma avaliação contínua levando em consideração os avanços e empasses no desempenho de cada aluno.
2. De acordo com o artigo “Como avaliar para promover a aprendizagem”, da Revista Nova Escola, qual a importância dos instrumentos de avaliação, e como eles devem ser elaborados?
A avaliação deve ser diagnóstica, isto é, possibilitar que o professor identifique quais as dificuldades de seus alunos, o que possibilitará ao professor planejar e replanejar qual a melhor forma de abordagem sobre o conteúdo estudado.
As “notas” não contribuem para que os alunos superem as dificuldades, mas ao mesmo tempo pode servir de diagnóstico para identificação do que precisa ser melhor trabalhado.
Para elaborar os instrumentos avaliativos é necessário levar em consideração que a aprendizagem ocorre de forma gradual e de diferentes formas.
3. Leia o artigo “A avaliação e suas implicações no fracasso/sucesso”, de Regina Leite Garcia. De acordo com a autora, faça uma análise dos exames e as relações de poder que se instauram a partir dessa prática.
A autora relata que a avaliação por exames sempre visou incluir ou excluir e estabelecer uma relação de poder, hierarquia e controle social e não tinha cunho educativo, mas sim de seleção, o que no meu ponto de vista ainda é muito praticado nos dias atuais por alguns professores e isso não se deve por falta de conhecimentos ou material orientador, mas sim pela relação de poder e hierarquia.
4. Ainda segundo o artigo de Regina Leite Garcia, quais autores sustentam a crítica ao modelo de avaliação por exames? Quais são os principais problemas dessa estratégia de avaliação apontados no texto?
A autora traz dois críticos sobre a avaliação, um pesquisador mexicano, Ángel Diaz Barriga, e uma pesquisadora brasileira, Drª Marian Teresa Esteban.
Barriga traz uma proposta de abordagem pedagógica radical, onde os dois autores consideram que as mudanças que ocorreram até hoje, foram somente para manter tudo como sempre foi e por isso, os autores acreditam que precisa haver uma ruptura epistemológica e a criação de um novo paradigma teórico-metodológico, pois na história o exame foi perdendo seu caráter pedagógico e metodológico, assumindo uma dimensão de controle.
A estratégia de utilização de exames, faz com que o prazer de aprender desapareça. Os alunos passam a estudar “para se dar bem na prova” e passam a somente memorizar as respostas. Não há mais debates sobre os temas, leituras diferentes sobre um mesmo texto e nem o exercício da dúvida. Tudo vira uma “decoreba” e a sala de aula torna-se um lugar de repetição.
O resultado da prova pouco dirá sobre o professor se o aluno aprendeu ou não e o produto final (nota) pode excluir todo o processo de aprendizagem.
5. Leia o texto “Verificação ou avaliação? O que pratica a escola?”, de Cipriano Carlos Luckesi. Como são obtidos os resultados da aprendizagem na prática escolar atual? Cite exemplos do autor. Relacione a obtenção desses resultados com a “nota ou conceito”.
De início, os resultados da aprendizagem são obtidos pela medida, variando os instrumentos utilizados para obtê-la. Como exemplo, o autor utilizou a medida com a utilização do metro, onde sua extensão é comparada a do objeto a ser medido, possibilitando saber quantas vezes cabe a extensão do metro dentro da extensão do objeto. Já com os resultados de aprendizagem é utilizado como padrão de medida o “acerto” de questões, como o autor exemplifica, num teste de dez questões, o padrão de medida é o acerto, e a extensão máxima possível de acertos é dez, podendo o aluno chegar no máximo dos dez ou a quantidades menores.
Ao relacioná-lo com a medida de “nota”, a avaliação adquire conotação numérica ou em conceito, ganhando conotação verbal, sendo o resultado expresso por símbolos alfabéticos ou palavras denotativas de qualidade.
6. Ainda segundo o texto de Luckesi, qual a diferença entre verificar e avaliar a aprendizagem? Qual a crítica do autor ao sistema educacional brasileiro atual?
O processo de verificação se dá pela observação, obtenção, análise e síntese dos dados ou informações que delimitam o objeto que se está trabalhando, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade. Já a avaliação ultrapassa a configuração do objeto, direcionando ele numa trilha dinâmica de ação.
Atualmente e em sua maioria, as escolas brasileiras operam com a verificação e não com a avaliação, estabelecendo uma classificação de educando por meio da aprovação ou reprovação. Este processo não traz melhoria para a aprendizagem e ainda faz com que os educandos vivam com medo pela ameaça da reprovação.
7. Quais os encaminhamentos realizados por Luckesi para a primoração dos processos avaliativos?
O autor propõe que a avaliação seja praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados das aprendizagens com o objetivo de direcionar o aprendizado para o melhor desenvolvimento do estudante, sendo necessário coletar, analisar e sintetizar as manifestações de conduta dos educados.
Estabelecer coletivamente com os professores um padrão mínimo de conhecimentos, habilidades e hábitos que o educando deverá adquirir e não uma média de notas. Esse padrão mínimo é o que todos devem aprender, porém não há razão para não ir além dele, pois ele representa o limite mais baixo a ser admitido. Como o sistema brasileiro é mediante notas, poderia ser utilizado uma média desde que ela não distorcesse tanto o resultado final da aprendizagem do aluno.
Luckesi aponta que só será efetivamente possível a prática da avaliação se o professor estiver realmente interessado na aprendizagem do educando e que a prática educativa seja conduzida com um determinado rigor científico e técnico, levando a construção de resultados significativos.
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