INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO RIO GRANDE DO SUL
Campus Vacaria
Licenciatura em Ciências Biológicas
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Pibid/Capes-IFRS
Nome do bolsista: Mariana Lisbôa de Oliveira
Tema da atividade: Resumo da live “Abordagem da botânica nos diferentes níveis de ensino: experiências transformadoras”
Data de entrega: 24/07/2021
A live foi realizada a partir de iniciativas desenvolvidas em disciplinas do Instituto de biociência da USP e de outra disciplina do Instituto Federal de São Paulo sobre o ensino de botânica.
A palestrante Ana Cristina Aguiar Dias falou sobre a importância da sensibilização para a aprendizagem botânica no ensino superior e em suas falas ela comenta sobre a importância das memórias afetivas e como elas influenciam na construção do sujeito.
Em uma das atividades desenvolvidas no ensino superior, ela buscou resgatar essas memórias com os alunos solicitando que eles fizessem um desenho que tivesse plantas. Esses desenhos foram guardados pela professora que, ao final da disciplina devolveu para os alunos.
Ao receberem esses desenhos, os alunos ficaram pasmos por terem desenhado apenas angiospermas, sendo que poderiam ter desenhado algumas briófitas ou pteridófitas. Com essa atividade os alunos se deram conta de que há muita diversidade botânica que nem sempre são percebidas. Ao final, os alunos tiveram a oportunidade de complementar seus desenhos.
A professora Ana Cristina também elaborou um modelo construtivo de morfologia floral para que todos os professores possam utilizar em suas aulas tanto no ensino presencial como no remoto. Os moldes têm por objetivo facilitar o entendimento das partes das flores e a partir dela fazerem construções e reconstruções da flor, que aliada a teoria facilita a aprendizagem do aluno.
Outra palestra muito interessante foi a da professora Luciana Bastos Ferreira que proferiu sobre a atividade “As plantas também têm sede” voltado para o ensino remoto por investigação em uma turma de ensino médio do IFSP- Campus São Paulo.
A atividade teve como objetivos compreender o continuum que existe nas plantas com relação aos tipos de tecidos, perceberem como essa organização é única entre os seres vivos e compreender a importância da transpiração das plantas, tanto para a sua própria fisiologia, como para a manutenção do clima.
A primeira etapa da atividade foi o levantamento de ideia prévias dos alunos utilizando textos sobre o gasto de água na agricultura. Para que os alunos pensassem sobre o assunto, a professora colocou para os alunos uma questão-problema sobre o tema.
A professora Luciana relata que o debate foi longo, mas muito interessante. Após isso a professora passou vídeos com alguns cortes de plantas vistas através do microscópio, já que a modalidade era o ensino remoto e foi fazendo questionamentos sobre o que os alunos estavam vendo.
Umas das estratégias utilizadas pela professora, foi solicitar que os alunos, após as aulas, descrevessem conceitos sobre algo que aprendeu e também uma dúvida. Esta estratégia foi muito interessante, pois os alunos passaram a perguntar e a se interessar mais pelo tema.
Luciana relata que o ensino remoto trouxe muitas dificuldades, mas também muitas oportunidades, pois os alunos passaram, a questionar mais e também foi possível desenvolver estratégias pedagógicas interativas, desenvolvendo nos alunos o gosto pela botânica e com isso diminuir a cegueira botânica nos estudantes.
A professora Eloisa Gerolin fez sua fala a respeito de “Como superar a Cegueira Botânica a partir da Ciência? ”, através do ensino investigativo. As atividades foram aplicadas numa turma de 6º ano do ensino fundamental II e teve como pergunta norteadora “ Como uma planta pode sobreviver em um recipiente fechado? ”.
Num primeiro momento a professora fez o levantamento de hipóteses com os alunos. Na sequência, os próprios alunos propuseram a forma investigativa que seria utilizada para responder a essa pergunta.
Os alunos fizeram o experimento e construíram um texto descritivo, no estilo diário de campo, sobre a coleta de dados referente ao experimento, ao mesmo tempo, a professora foi trabalhando a parte teórica para que os alunos pudessem compreender o que estava acontecendo dentro do recipiente da planta.
No final os alunos fizeram um relatório científico de acordo com a idade deles e confrontaram a opinião prévia que tinham logo no início da atividade com as conclusões que chegaram depois de realizarem o experimento.
A professora Eloisa ainda relata que esse experimento dialoga com a cegueira botânica, pois desenvolve no estudante a capacidade de reconhecer a importância das plantas para a biosfera e para os humanos, além de aprenderem a reconhecer a beleza e as características peculiares das plantas. Com isso, é possível rever a visão equivocada das plantas como sendo inferiores aos animais.
A última palestra foi feita pela professora Maria Fernanda Reis Balugani sobre a multiplicação das plantas no ensino fundamental I. A sequência didática que a professora apresenta vai desde escolher o que plantar até a culinária feita com os alimentos colhidos.
Durante as atividades os alunos fizeram levantamento de hipóteses e delas surgiu a ideia de trabalhar o tema “como mitigar a cegueira botânica? ”.
O trabalho foi realizado com o auxílio dos pais de alunos, em conversas com o jardineiro sobre como reaproveitar os cortes das podas e através da interdisciplinaridade com os outros professores.
Da atividade, resultou um berçário de mudas, que tem sido utilizado como uma sala de aula verde. Nele foram colocadas mesas para que as crianças permanecessem naquele local.
Com a pandemia, as professoras passaram a gravar suas aulas no berçário de mudas e propuseram que as crianças fizessem em casa o plantio de cebolas, abacate, etc.
Com o retorno das aulas presenciais, os alunos foram convidados a passear pelo berçário e dar continuidade aos questionamentos, hipóteses e assim, a sequência de atividades.
Ao assistir as palestras das professoras, percebe-se a intenção das mesmas em trabalhar a questão da cegueira botânica, a qual é a incapacidade de perceber as plantas que fazem parte do nosso ambiente.
As estratégias utilizadas nas atividades contribuem muito e são de grande importância para que os estudantes percebam o ambiente ao seu redor e desenvolvam a consciência de cuidá-lo e preservá-lo, além de compreenderem as características e necessidades das plantas.
Faz-se necessário que os alunos percebam não só as plantas como fornecedoras de oxigênio, mas também que elas oferecem alimentos, medicamentos, lazer e tantas outras funções. É preciso que as plantas sejam reconhecidas como organismos vivos, que compreendam que elas possuem um ciclo de vida e que são importantes na constituição do ecossistema.
Com as palestras foi possível perceber que é possível desenvolver nos alunos a capacidade de ver as plantas com um outro olhar e trabalhar para que isso se multiplique.